quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Quando M.A.U. é bom!

Depois de um surpreendente álbum de estreia, os irreverentes e divertidos M.A.U. conquistaram, definitivamente, o seu espaço na música nacional com este novo Tales of Wonder Fur and Deception. O Combo esteve à conversa com o descontraído vocalista Luís F. de Sousa.
Combo- O nascimento dos M.A.U. aconteceu na Dinamarca, na escola de cinema que os seus elementos frequentavam, e o seu primeiro concerto (ainda neste colégio) acontece um pouco por brincadeira. Querem explicar como sucedeu?
Luís F. de Sousa- Basicamente tínhamos um estúdio de som muito bem equipado à nossa disposição a qualquer hora da noite. Ao contrário de muita gente, quando bebo perco o sono, logo nessas noites pegava na minha groovebox e ia para o estúdio fazer instrumentais dentro da área do electro. Mostrei essas músicas a alguns colegas que ficaram muito entusiasmados com o som e em jeito de brincadeira resolvemos "pintar" essas mesmas músicas com sotaques e línguas diferentes. Sendo uma escola internacional com gente de todo o mundo, foi muito fácil a concretização dessa vontade. E foi assim que surgiu a formação original dos M.A.U., com o Shir (Israel), a Pia (Alemanha), o Pablo (França), o Jonas (Dinamarca) e eu (Portugal). Em relação aos concertos, acabaram por surgir em consequência do entusiasmo dos nossos colegas pelo projecto. Passámos a ser obrigados a tocar nas festas (que se realizavam todos os sábados) da escola (EFC).
C- A princípio, a banda era composta por elementos originários de vários países. Alguma vez esta multi-etnicidade foi um problema para a composição ou para o desenvolvimento da banda?
L.F.S.- Para dizer a verdade nessa altura a banda era muito pouco "democrática", já que era eu quem compunha e fazia os arranjos de todos os temas. Logo não havia qualquer contestação no que diz respeito ao instrumental, até porque quase todos os restantes membros não tinham quaisquer noções de composição musical. Em relação às letras, normalmente criava-se uma temática e cada um escrevia as suas próprias partes. Uma vez que normalmente escreviam nas suas línguas nativas, não havia propriamente como criticar uma língua que mal se conhece.Com a nova formação (Luís F. de Sousa, Nuno Lamy, António Soares, Pablo Camp e César Gomes), as coisas mudaram completamente de figura. Passámos a ser uma banda a sério, com músicos a sério. A partir daí o input criativo multiplicou-se, o que não trouxe qualquer problema à banda, pelo contrário, abriu os horizontes dos M.A.U. enriquecendo o nosso som de forma significativa.
C- Os M.A.U. contam já com algumas mudanças de formação. O que levou a estas?
L.F.S.- A primeira razão foi meramente geográfica, uma vez que na formação original cada um era de um país diferente. A segunda razão e em consequência da primeira, foi o factor monetário. É impossível manter 5 pessoas de países diferentes em Portugal a ganhar da música que fazem. Só consegui convencer o Pablo a ficar e foi preciso apaixonar-se por uma portuguesa para isso acontecer. (risos)De qualquer forma, desde que estamos em Portugal e que fizemos os primeiros ajustes necessários na formação da banda, os elementos dos M.A.U. têm-se mantido os mesmos.
C- Uma das imagens de marca dos M.A.U. é a sua escolha por letras escritas em várias línguas, como o inglês, o francês, ou o português. Qual a razão para esta escolha?
L.F.S.- A razão prende-se com a nacionalidade de todos os elementos que já fizeram ou fazem parte da banda. Em relação ao Inglês, acontece por ser a língua mais internacional que existe e por ser aquela que melhor se enquadra no estilo de música que fazemos. Somos apologistas da globalização no sentido mais amplo da palavra e isso reflecte-se na música e nas letras que fazemos. As fronteiras hoje em dia só servem para criar Apartheids sociais e económicos.

C- Desde o primeiro álbum, Man and Unable, que os M.A.U. tem sido um caso sério de popularidade. O Spot publicitário para uma conhecida rede de telecomunicações e o fantástico vídeo da música “Prick (I am)” catapultaram-vos para o palco da vida pública. Alguma vez se sentiram ameaçados por essa tão rápida ascensão?
L.F.S.- Não me parece que sejamos um caso sério de popularidade. Talvez os Da Weasel ou os Blasted tenham esse nível de notoriedade. Somos uma banda que acredita naquilo que faz, que sabe onde quer chegar, mas que não se leva demasiado a sério. Ao escolhermos fazer o tipo de som que fazemos, sabemos à partida que seremos sempre uma banda de nichos e não uma banda de massas. Esses pequenos picos de popularidade que esporadicamente acontecem, são um bónus que muito nos agrada, mas que não nos distrai daquilo que fazemos ou daquilo que queremos vir a fazer.
C- Depois de Man and Unable os M.A.U. lançam Tales of Wonder, Fur and Deception, que conta com a participação de Macacos do Chinês e Suspiria Franklyn. Como surgiram estas participações?
L.F.S.- Surgiram pelo myspace. São artistas que conhecemos por esse site e que nos impressionaram de formas diferentes. A Suspiria, para além de ser já um ícone do panorama underground português, é sem qualquer dúvida a pessoa que melhor grita no nosso país. E acreditem que gritar é uma arte! O convite surgiu pela necessidade de ter alguém que soubesse gritar no tema "Playing Tricks".Em relação aos Macacos, é provavelmente a banda que mais admiramos no que diz respeito ao panorama musical português, logo existia desde sempre uma grande vontade da nossa parte em fazer algo com eles. Fizemos o convite para re-arranjarem, à maneira deles, um dos versos da música "Fake Booming Shit", eles gostaram da ideia e fizeram-no na perfeição.Em ambos os casos as musicas ganharam bastante, o que nos faz ter vontade de convidar muito mais gente que também admiramos a participar em álbuns futuros.
C- Os vossos vídeos, para além da inegável qualidade artística, mostram também grande imaginação, acabando por suscitar sempre grande curiosidade por parte do público. Como se processam as gravações destes? Já alguma pensaram em fazer algo mais longo que junte imagem e musica, tipo “ópera rock”?
L.F.S.- Confesso que isso nunca me passou pela cabeça (risos), mas uma vez que eu e o Pablo temos formação e trabalhamos em TV/Cinema, existe desde sempre a ambição de conseguir conciliar as duas coisas. Ideias existem, falta tempo e dinheiro.Quanto aos nossos vídeos, são todos eles idealizados e realizados por nós. Normalmente não dispomos de qualquer orçamento, o que nos obriga a apostar essencialmente no conceito e na ideia. Também não gostamos de vídeos que se esgotem ao fim de um mês de promoção, ou seja, tentamos sempre criar algo que tenha uma grande longevidade. São estes princípios que fazem dos nossos vídeos aquilo que são. Sem serem obras-primas visuais (nem se propõem a sê-lo), os nossos vídeos divertem, geram curiosidade, por vezes chocam, etc. Em resumo não deixam as pessoas indiferentes. Para além disso, são vídeos que tendem a tornar-se virais, como foi o caso do "Prick (I am)" que embora tenha sido feito em 2006, ainda hoje é reenviado por email a amigos e conhecidos, chegando inclusivamente aos mais improváveis cantos do mundo. Só por curiosidade, o coelho azul é grande na Polónia! (risos)
C- O Combo já teve o prazer de vos ver ao vivo, em Vilar de Mouros, um concerto cheio de humor e energia. Como se sentem os M.A.U.: uma banda de palco ou uma banda de estúdio?
L.F.S.- É uma pergunta difícil, até porque a opinião difere de membro para membro da banda. Se as coisas não correrem bem em estúdio e se não criarmos musicas suficientemente boas e cativantes que nos convençam a todos enquanto músicos, ao vivo não vamos ter entusiasmo suficiente para as tocar de forma convincente e consequentemente contagiar o publico. Nos M.A.U. as duas vertentes complementam-se. Julgo sermos uma banda criativa e competente em estúdio, mas que se revela e cresce ainda mais ao vivo.
C- Os M.A.U. são a vossa prioridade profissional ou apenas um hobby sério?
L.F.S.- Neste momento é um hobby muito sério, mas temos a ambição de que venha a ser uma prioridade profissional. Isto prende-se com questões de rendimento óbvias. Como já disse, é muito difícil ganhar dinheiro suficiente com a música em Portugal.Deve-se a essa ambição de profissionalização, o nosso empenho na tentativa de internacionalização da banda. Em Outubro temos agendados alguns concertos fora do país, nomeadamente na Islândia e em França (Paris), para além de estarmos neste momento (nós e a nossa editora iPlay) em negociações com editoras desses mesmos países para uma futura edição lá fora. As coisas têm estado a correr muito bem nesse sentido.
C- Durante o lançamento do Tales of Wonder, Fur and Deception os M.A.U. contaram com vários teasers promocionais, que rodavam bastante na SIC Radical. Como surgiu a ideia como se processou a parceria com este canal?
L.F.S.- Em 2006 quando lançámos o single "Prick (I am)" do nosso primeiro álbum, sentimos que a editora que tínhamos na altura não tirou partido do sucesso inesperado do vídeo da musica, ou seja, o vídeo do coelho azul sodomita...(risos) Logo pareceu-nos claro que deveríamos aproveitar a notoriedade de algo que havíamos criado (porque ainda não tinha sido devidamente aproveitado) e catapultar dessa forma a promoção do nosso novo álbum Tales of Wonder, Fur and Deception. Contudo, quisemos desconstruir de certa forma a personagem do coelho e fazê-lo pagar por todos os abusos que protagonizou no videoclip, passando o roedor, de agressor a vítima. Foi assim que surgiram os teasers promocionais do novo álbum.A parceria com a Sic Radical foi uma consequência natural da boa relação que a banda sempre teve com o canal. Sempre deram destaque aos nossos vídeos e sempre apoiaram aquilo que fazemos, da mesma forma que nós sempre fizemos questão de frisar a nossa identificação com a temática, conceito e conteúdo do canal.
C- Para quem não conhece os M.A.U., como é que vocês se apresentariam?
L.F.S.- Banda indie/alternativa, com influências de hip hop, rock e pop, assentes numa forte base electrónica, que não se cinge a uma só forma de expressão ou língua, sem que por essa razão se torne elitista ou se leve demasiado a sério.
C- Alguém, no vosso myspace, designa o vosso som como Clown Pop. Acham que anda lá perto?
L.F.S.- Quem deixou esse comentário foi a Joana Azevedo (animadora da rádio cidade e apresentadora do CC), que para além de ser amiga da banda, é parva por natureza. (risos) Estou a brincar, mas obviamente que esse comentário não tinha qualquer outro propósito que não o de brincar/gozar connosco. Aliás, eu respondi-lhe dizendo "Sim o nosso som é Clown Pop, daí só convidar palhaços/as para os nossos vídeos!". Por falar nisso, a Joana é uma das protagonistas do nosso novo vídeo da musica "No Worries in Frame", que serve também como uma espécie de episódio piloto fictício para um reality show de seu nome "Embebeda o Famoso!" (podem ver o vídeo no youtube ou em myspace.com/manandunable) Tudo isto não invalida o facto de por vezes nos comportarmos como palhaços. ;)
C- Para quando um novo álbum?
L.F.S.- Para já ainda estamos a promover este novo álbum (Tales of Wonder, Fur and Deception). Para além dos dois primeiros singles "Cum Sexy Cum" e "No Worries in Frame", ainda pretendemos lançar mais dois. De qualquer forma já começámos a trabalhar em cerca de 10 temas novos (ou embriões de temas). Certamente que 2009 contará com um novo álbum dos M.A.U. bem diferente dos dois anteriores. Estamos mesmo muito entusiasmados com as novas musicas.
C- Os M.A.U. contam já com alguns quilómetros de estrada percorridos, devem, com certeza, ter algumas histórias engraçadas ou bizarras para contar relacionadas com concertos… Não querem aqui deixar uma duas para os fãs?
L.F.S.- Há várias, mas infelizmente não podem ser publicadas. Para além disso, as mesmas razões que muitas das vezes provocaram ou fomentaram essas histórias, também afectaram de forma irreversível a minha memória. (risos)
C-Como vêm o panorama musical português da actualidade?
L.F.S.- Cada vez mais alargado, variado, criativo e competente. Agora só falta deixarmos de ser mesquinhos uns com os outros e dar espaço uns aos outros para que possamos crescer. Isto passa não só pelos músicos, mas também por quem promove, noticia, critica, edita, etc, o que esses mesmos músicos criam.
C- Que conselhos dariam a um jovem músico em inicio de carreira?
L.F.S.- Acredita! Acredita que isto pode vir a dar merda, mas que às vezes corre bem. Não sou muito bom a dar conselhos. (risos)
C- Para finalizar a entrevista, gostariam de deixar alguma mensagem para os fãs?
L.F.S.- Pai...mãe...obrigado por terem comprado cerca de 70 discos dos M.A.U. para oferecer a amigos e conhecidos!

Os M.A.U. são: Luís F. De Sousa- Voz, programações, sintetizadores e acordeão;
Pablo Camp- Voz;
António Soares- Guitarra;
Nuno Lamy- Teclas.

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sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Heavenwood - Sem pecado não existe redenção!


Após um longo hiato, uma das mais importantes e influentes bandas de Gothic Metal da Europa está de volta com um novo álbum.
O Combo esteve à conversa com Ricardo Dias, um dos fundadores dos já míticos Heavenwood, e tentou saber o “porquê” deste tão aguardado regresso…






C- Depois do sucesso atingido com o Swallow, que foi lançado em 1998 e que vos projectou imenso a nível internacional, os Heavenwood remeteram-se ao silencio. O que levou a esta, tão longa, paragem?

Este “ Stand-by “ foi efectivamente uma opção consciente pela parte dos HEAVENWOOD em termos de edições discográficas, o grupo efectuou alguns concertos pontuais de forma a “ manter a chama acesa “ no entanto existiram algumas situações que nos obrigaram a tomar em conta o lema “ Pare, Pense e Escute “
Apesar de “ Longa “ o facto é que os HEAVENWOOD com apenas 2 albuns criaram um culto a nível europeu, esse culto é o reflexo de inúmeros mails, comentários e solicitação da banda em 2008, estamos efectivamente orgulhosos do que fizemos com o “ DIVA “ e “ SWALLOW “ e acreditamos que o novo álbum “ REDEMPTION “ será tão ou mais importante que os nossos álbuns anteriores.


C- Qual a vossa motivação para o regresso ao estúdio, e aos palcos, depois de 10 anos sem lançar material original?

Mais que uma mera Paixão musical…Amor Musical!
HEAVENWOOD foi, é e será parte dos seus membros, actualmente reduzido ao “ Trio-Locomotiva “ que desde sempre conduziu esta máquina a vapor humana.
O facto de sentirmos que o grupo não foi esquecido durante este período também foi motivador para quase dois anos de trabalho, pré-produção, gravação de “ Redemption “

C- Desde a fundação dos Heavenwood que a banda tem sofrido várias mudanças de formação. O que levou a essas mudanças?

Talvez porque nem todos os caminhos nos levem a ROMA.
O chamado “ núcleo duro “ esteve sempre presente no seio dos HEAVENWOOD e essa é a fórmula para a nossa sonoridade / composições / conceito lírico. Enquanto assim for então assim sempre será!


C-O que podem os fãs esperar deste novo álbum: Redemption?

Os HEAVENWOOD em todo o seu esplendor, sinceramente sempre nos preocupamos em fazer temas simbólicos de uma fase ou década. Não estamos interessados em compor música volátil uma vez que temos personalidades fortes assim nos é exigido por nós próprios escrever e compor temas com toda a nossa alma e circunstâncias da vida.
“ Redemption “ simboliza estes anos de hiato, desmistificamos algumas alusões à banda e, francamente falando, demonstramos que é possível fazer um bom trabalho com reflexo no mercado internacional em termos de Metal, como em tudo na vida há que solidificar a base para chegar até bem alto ou filosoficamente falando “ rastejar como uma serpente para então mais tarde voar como uma águia “


C-Neste novo álbum encontram-se várias participações especiais de alguns pesos pesados da música. Como foi se processou a “recruta” destes músicos?

Estamos muito orgulhosos pelo facto de pessoas tão importantes no panorama Heavy terem compreendido, gostado e aceite o nosso ponto de vista musical… a nossa alma lusa. No caso do Jeff Waters dos ANNIHILATOR pretendemos associar um músico lutador… um guerreiro que contra tudo e todos ainda se mantém de pé, uma influência em diversos músicos do panorama metálico internacional tal e qual o foi e é para nós. O tema “ Bridge to Neverland “ tinha obrigatoriamente de ter um solo Jeff Waters!
Quanto ao fantástico Guitar-Hero GUS G da Grécia no tema “ One Step to Devotion” a questão simbolismo mais uma vez posta em prática ao respeitarmos as mais importantes culturas ao longo dos séculos, estando a grega logicamente incluída.
Temos ainda o nosso estimado amigo TIJS VANNESTE dos Belgas OCEANS of SADNESS no “ Obsolete “ na qual foi uma peça chave para então aproveitarmos um tema que esteve muito perto de ir para o nosso “ caixote do lixo musical “. A sua participação revitalizou e muito este tema!
Para finalizar devo mencionar a preciosa participação e gravação das baterias de “Redemption” pelo Daniel Cardoso dos HEAD CONTROL SYSTEM / ULTRASOUND Studios que é sem dúvida uma peça chave no panorama de músicos e produtores em Portugal.


C- Redemption foi gravado em Braga, nos Ultrasound Studios com Daniel Cardoso, e misturado e masterizado na Suécia por Jens Bogren ( Opeth, Katatonia, Amon Amarth, Soilwork, etc. ) no Fascination Street Studios ( Suécia ). A que se deveu esta escolha?

Uma questão de juntar o útil ao agradável, mais uma prova de que os Portugueses têm todas as condições para produzir um álbum de calibre internacional.
O Daniel Cardoso demonstrou um interesse especial em colaborar com os HEAVENWOOD e, pessoalmente falando, considero a nível de Produção o mais indicado em Portugal para bandas do género. Tentamos acima de tudo trabalhar em parceria no que respeita à Produção de “ Redemption “ uma vez que tivemos cerca de um ano em fase de Pré-Produção, o que nos permitiu limar várias mas nem todas as arestas. A Pré-Produção é um factor chave se um grupo pretende produzir e gravar um disco para a prosperidade, significa dedicação ou entrega, significa maturidade, experiência e sapiência musical. Quanto ao Jens Bogren acabou por ser também ela uma surpresa ao aceitar misturar e masterizar “Redemption”, inclusive mergulhando em alguns temas e também ele limando algumas arestas de forma a que 100% de satisfação fosse obtido por todos envolvidos. Foram 10 dias intensos em Orebro (Suécia) onde dia-a-dia trabalhava tema a tema de manhã à noite. O Formato analógico foi deveras importante para a nossa expansão ou “abertura” do espectro sonoro e sem sombra de dúvidas que essa foi a “razão-chave” para elegermos o JENS BOGREN para misturar e masterizar este álbum, está muito orgânico o que permite transmitir cada paisagem musical que os nossos temas abordam em termos líricos e instrumentais.
O FASCINATION STREET STUDIOS reúne todas e mais algumas condições para quem pretende terminar um álbum para a prosperidade!


C- A relação com a vossa anterior editora, Massacre Records, responsável pelo lançamento dos dois primeiros álbuns dos Heavenwood, foi um pouco atribulada. Como se processaram as negociações com a Recital Records? Estão satisfeitos com esta editora?

Sim estamos muito satisfeitos com o trabalho até á data desenvolvido por toda a equipa RECITAL RECORDS. Não foi uma questão de 2ª opção mas sim uma questão de ter sido a editora que nos ofereceu as condições necessárias para lançarmos “ Redemption “
Muito provavelmente o álbum mais caro em termos de investimento feito em Portugal neste segmento musical até á data mas “ o que tem de ser tem muita força “ !
Jamais iríamos coroar os nossos velhos e novos fans com um álbum gravado em más condições, misturado e masterizado também em más condições quer a nível de sonoridade, quer de design ou fotografia. Vejo este álbum como uma espécie de “Blade Runner” de modo que nos identificamos bastante com a filosofia do Ridley Scott ou do David Lynch na questão “ pouco mas bom “! A RECITAL Records celebra 10 anos e, nas palavras do seu dono Manuel Teixeira, “ Está na hora de dar mais um passo! “


C- Desde o lançamento do Diva, em 1996, que os Heavenwood são apontados como uma das melhores bandas a sair de Portugal. Alguma vez sentiram essa pressão?

Sinceramente não, talvez teria sido importante sentir essa pressão… fomos e somos naturais, alguns chamam de inocência ou imaturidade o que discordo plenamente!
Damos muito valor á questão ARTE e á questão PALAVRA, ao analisarmos estes valores entendemos o porque é que os HEAVENWOOD ainda existem no coração de milhares de Fans pelo mundo fora até à data, pois o impacto que criamos no panorama não foi em vão. Por outro lado infelizmente, e como se tem comprovado, existe uma ansiedade pela parte dos grupos em Portugal em querer vingar seja de forma for e esse não é o caminho! “Nem tudo o que reluz é ouro” e quer queiram quer não quem é apaixonado por música sente isso ao escutar uma banda com a qual se identifique ou não… se ela tocar bem lá no fundo e houver um processo de identificação musical e em termos de mensagem então a ponte foi efectivamente construída entre ambos e uma ponte chamada “ Para o Sempre “


C- Em 1998 os Heavenwood tornaram-se a primeira banda Portuguesa a tocar no Wacken Open Air Festival, o maior festival de Metal da Europa. O que sentiram ao pisar o palco?

Um misto de Alegria, Orgulho, Medo.
Alegria pelo facto de estarmos presentes num Festival tão importante perante milhares de fans de Heavy Metal de todos os cantos do mundo permitindo compartilhar momentos com fans que pela primeira vez viram os HEAVENWOOD ao vivo.
Orgulho por “ espetar a nossa bandeira “ naquele terreno e exprimir toda a nossa arte e raízes lusas de forma a milhares de fans de HEAVY METAL saberem que Portugal também tem cartas para dar neste mercado internacional.
Medo pelo facto de ao mesmo tempo estarem a actuar os GAMMA RAY o que se revelou indiferente pois nesse preciso momento o local estava completamente cheio!


C- Os Heavenwood, ao longo de toda a carreira, tocaram em vários países e partilharam o palco com várias bandas. Quais os concertos que mais vos marcaram (quer pela positiva, quer pela negativa) e quais foram as bandas com que mais gostaram de tocar?

A Tour que funcionou melhor em todos os aspectos foi sem sombra de dúvida a que efectuamos com os THEATRE OF TRAGEDY e com os LAKE of TEARS.
A tour com os IN FLAMES também ela foi uma tour de “ surpresas e revelações “ pois foi primeira vez que muitas fans europeus viram ambas. Pessoalmente senti que os IN FLAMES iam muito mas muito longe mesmo, tive ainda oportunidade de ouvir a “Demo” de um projecto na altura chamado HAMMERFALL.
Pela negativa nada tenho a apontar, para mim tudo é uma experiência, lições para serem tomadas neste caminho que se chama vida.


C- Gostaria, agora, de vos propor um pequeno desafio. Como apresentariam, a quem não conhece os Heavenwood, os seguintes álbuns:

Diva:
Um quadro musical recheado de sentimentos nostálgicos, melancólicos, puro na verdadeira essência da palavra, um misto de influências que dá origem a uma sonoridade característica, tal e qual foi apelidado por imensas revistas europeias.
Uma Lufada de Ar fresco e uma grande surpresa como primeiro álbum para fans de Metal, Gothic e Rock em 1996

Swallow:
Um passo na maturidade musical, uma visão mais individual do termo “ Sentimento “ ou relação a dois. Exploração da nossa vertente mais Gothic-Rock, temas mais simples, directos e um grande desafio ao combinar as vozes de Liv Kristine e Kai Hansen com HEAVENWOOD nos temas “ Downcast “ e “ Luna “ em 1998

Redemption:
Um Caixa de Pandora, uma grande metáfora musical para ser lida e escutada! Tudo...mas tudo faz sentido neste álbum!


C- Como vêm o panorama musical nacional da actualidade?

“Muita parra pouca uva”.
Da “pouca uva” a esses sim, tiro o meu chapéu!


C- Que conselhos dariam a um jovem músico em inicio de carreira?

Personalidade Musical leva o seu tempo a ser criada, hoje em dia existem um sem número de pontes que dão acesso a milhões de ouvintes da tua música, a oferta é enorme de modo a que aconselho vivamente a que desenvolvam uma personalidade musical.
Não me refiro a originalidade, o ser original é subjectivo nos dias de hoje, mas ser verdadeiro e único com as mesmas ferramentas, sim… isso é possível. Evitem ser cópias de fotocópias se pretendem vingar.


C- Para finalizar a entrevista, gostariam de deixar alguma mensagem para os fãs?

Obrigado pela fidelidade, Obrigado pelas palavras de apoio e estímulo recebidas até ao momento pois “ Redemption “ é dedicado a todos os que até á data viveram com os HEAVENWOOD na sua biblioteca musical e sentimental!
Visitem o nosso Myspace oficial em www.myspace.com/heavenwood para estarem a par de todas as novidades dos HEAVENWOOD.


C- Muito obrigado pela entrevista e boa sorte para o lançamento do Redemption, que certamente será um sucesso.


Os Heavenwood são:
Ricardo Dias- Voz e Guitarra
Ernesto Guerra- Voz
Bruno Silva- Guitarra

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segunda-feira, 21 de julho de 2008

KLEPHT "Espirito Guerreiro"




- Para começar, porquê o nome KLEPHT? Qual o significado?

Não nos lembramos bem ao certo como chegámos a esta palavra, mas gostámos não só da sonoridade mas também do significado. No século XV quando o império otomano invadiu a Grécia, houve um grupo de guerreiros gregos que se mantiveram independentes nas montanhas, e que lutavam pela sua independência. De certa maneira apesar de não termos uma música de intervenção, o espírito guerreiro faz parte dos Klepht, caso contrário não teríamos aguentado 8 anos sem gravar um disco.

- Como surgiu a banda, já se conheciam?

A banda começou com o Diogo e com o Francisco Duarte na escola. Havia um festival de música em que quem participasse ganhava um prémio qualquer. Na altura perguntei ao Francisco se queria participar comigo, e ele aceitou. Mais tarde o Diogo conheceu o Filipe Contente que por sua vez trouxe o Mário e o Marco, e assim começaram os Klepht como são até hoje.

- Foi difícil, arranjarem editora?

À 5 anos atrás, resolvemos fazer um "evento" no qual convidámos todas as editoras que nos interessavam.... mas convidar editoras, implica ligares 100 vezes, e seres uma pessoa mesmo CHATA!.
No final desse concerto tínhamos proposta não de uma mas de três editoras.

- Qual foi a sensação de verem o 1º álbum no mercado?

É óptimo, ainda para mais se pensarmos que estivemos durante 8 anos à espera deste momento. Fizemos o álbum que queríamos e acreditamos nele do início ao fim. Como é óbvio, hoje em dia iríamos alterar muita coisa no álbum, no entanto este foi o primeiro como tal vai ficar sempre na nossa memória. No entanto já pensamos nos próximos, não gostamos de ficar parados.

- O single "Por uma Noite" teve uma reacção muito positiva do público e das Rádios. Estavam á espera de uma reacção tão positiva e imediata?

Sinceramente não. Que a música resultava bem já tínhamos percebido. Tínhamos composto a música para uma peça de teatro e aí tinha resultado muito bem. Na altura de escolher o single deixámos a editora chegar-se à frente com o tema. Se por um lado quem conhece o Por Uma Noite, não conhece o álbum dos Klepht, por outro era provavelmente a musica mais obvia como 1ºsingle.

- A língua portuguesa foi o mais óbvio ou cantar em inglês era uma possibilidade?

Começamos por cantar em Português e Inglês... passar simplesmente a cantar em português foi uma escolha natural que não foi imposta por ninguém, simplesmente as letras soavam bem e eram as músicas em português que os nossos amigos mais gostavam de ouvir.

- Quais são as influências da banda?

Somos 5 pessoas que curiosamente temos gostos musicais completamente diferentes. Temos em comum o gosto pelo rock. desde dos The Who, Led Zeppelin até aos dias de hoje com os Muse, Pearl Jam, The Strokes entre outros.


- O que levou a banda a optar por não ter manager? Têm receio de perder o controlo de algo que criaram?

Dificilmente alguém acredita tanto no projecto como a própria banda. Se tu tens pessoas dentro do grupo com a capacidade de levar o projecto mais longe, porque não deixar o trabalho com quem realmente conhece a filosofia da banda. Que o mercado está difícil, isso já sabíamos, sempre que conversávamos com pessoas do meio o discurso era o mesmo " Isto está mesmo muito complicado...". Chega desta conversa e vamos mas é trabalhar. O controlo seria sempre nosso, mas desta maneira a responsabilidade do nosso sucesso ou fracasso é totalmente nossa, e isso deixa-nos mais confiantes.


- O projecto "Objectivo de Ouro" lançado pela banda, que consiste em chegar ao disco de ouro foi a maneira que encontraram para se motivarem ou simples
marketing?

Hoje em dia comunicares através da internet é fundamental, se conseguires inovar e chamar a atenção das pessoas seja de que forma for, melhor para a banda. Quando criámos este conceito tínhamos como objectivo que as pessoas tivessem mais um motivo para falar dos Klepht. Tal como o primeiro vídeo explica, o nosso objectivo não é mesmo vender as 10.000 cópias. Nós queremos mesmo é tocar, que as pessoas gostem da nossa música, esse sim é o objectivo de qualquer banda, e nós não somos excepção. Por outro lado acho que as pessoas precisam de perceber como funciona o mercado português para passarem a ter mais respeito pelas bandas Nacionais. Acreditem que vingar num mercado como o nosso é muito difícil.


- Após cumprido o "Objectivo de Ouro" podemos contar com o "Objectivo Platina"?

Isso acho muito complicado. Temos muito que caminhar até conseguirmos o Objectivo Ouro, depois disso havemos de pensar em novas ideias para comunicarmos com as pessoas que gostam do nosso som.


- Qual a reacção do publico nos concertos? Vamos ver os KLEPHT nos festivais de Verão?

A reacção tem sido muito boa, e temos sentido de concerto para concertos, que as pessoas vão conhecendo as musicas. Quanto aos festivais de verão apenas participamos no festival marés vivas.


- Sendo o Diogo Dias uma cara bem conhecida do público, facilitou a banda em arranjar concertos e dar alguma notoriedade á banda?

Não. Ao contrário do que se possa pensar não é isso que dá concertos, obviamente que pode chamar a atenção quando se estabelece os primeiros contactos.


- Numa entrevista do COMBO aos OiOai pergunta-mos o que achavam do panorama musical, a resposta foi: "Como uma espécie de desespero em que bandas
decentes não vendem discos."
Concordam com eles ou acham exagero e que "bandas decentes" podem vender
muito em Portugal?

Acho que os resultados estão à vista. As bandas decentes não vendem os discos que queriam portanto só podemos concordar.


- Como esta a agenda dos KLEPHT?

Temos alguns concertos em Agosto e estamos a tentar estar em força nas latadas em Setembro / Outubro. Vão consultado o nosso site.




- Com os concertos que já foram acumulando têm alguma história mais fora do vulgar que possam partilhar?

Nós já devemos ter uns 70 concertos desde o inicio dos Klepht em 2000. Histórias não faltam mas não me recordo de alguma em especial para contar. Mas se acompanharem o nosso Blog Oficial (klepht.blogs.sapo.pt) e o blog do Objectivo Ouro (objectivoouro.blogs.sapo.pt) irão poder acompanhar as aventuras que nos esperam no futuro.

www.myspace.com/klepht

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segunda-feira, 2 de junho de 2008

Voltei a tentar passar pelo Jardim das Estátuas!!

Algo pragmáticos e de poucas falas, os OiOai conseguiram com o primeiro álbum dar algo de novo á música portuguesa. "Jardim das Estátuas" foi um sucesso embora os próprios digam que não mas a verdade é que teve muita atenção das rádios e conquistou muitos fãs. www.myspace.com/oioai

Aqui fica a entrevista possível do COMBO:

- Primeiro de tudo, porquê o nome OiOai? Como surgiu?
OiOai é uma expressão da nossa cultura popular que é o que fazemos.

- Como se conheceram os OiOai?
Eu (Pedro) conheço o João há muitos anos desde pequeno, o contacto com o Fred e o Nuno veio por via de amigos em comum.


- Lançaram o primeiro álbum em 2006, o que mudou desde então?
Alguma notoriedade pública.

- Como reagem a comparações com a banda Toranja?
O nosso pénis é maior q o deles portanto, bem.

- Como definem o vosso som?
Luso - místico – psicadélico.

- Consideram-se uma banda de estúdio ou uma banda de concertos? Onde se sentem melhor?
Uma banda de concertos claramente.

- Qual a relação da banda com o público nos concertos? Como reagem?
Tentamos fazer com que o público seja parte da performance.

- Estavam á espera do sucesso de “Jardim das Estátuas”?
Qual sucesso?

- Como está a agenda da banda para 2008?
Em 2008 esperamos ter novo álbum lá para Outubro, entretanto temos de tocar quando nos convidam.

- Têm algum concerto que vos marcou quer em termos positivos como negativos?
Positivos - Aljezur

- Como vêem o panorama musical em Portugal?
Como uma espécie de desespero em que bandas decentes não vendem discos.

- Os OiOai já têm muitos concertos na bagagem e quando se está em viagem as histórias vão-se acumulando, há alguma história que possam partilhar?
Não, todas as histórias nos comprometem de alguma maneira.

Abraço

Aqui fica o registo de um encontro com Puppe (vocalista dos OiOai), algures em Lisboa!!!

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terça-feira, 6 de maio de 2008

Arganil Rock - O Rock no BOSKE!



No dia 26 de Abril de 2008 teve lugar mais uma edição do festival Arganil Rock. Sem dúvida que esta edição foi das melhores embora sem bandas conhecidas do publico, estas deram grandes concertos surpreendendo mesmo os mais desatentos.
A noite começou com a participação especial da banda da APPACDM, que estiveram muito bem (venham mais projectos destes), de seguida os Bar Code impressionaram pelo profissionalismo e fizeram o publico vibrar ao tocar clássicos dos The Doors, Eric Clapton entre outros. Os Metralhas Brothers (www.myspace.com/metralhasbrothers) banda da casa, fizeram a festa com o ritmo ska e acabaram a actuação em polvorosa com “Seven Nation Army” dos White Stripes. Com um ambiente fantástico no Pavilhão Vale de Zebras, foi apresentado o vencedor do passatempo do Arganil Rock em que era pedido um nome para o logótipo do festival – uma formiga – o nome escolhido foi ALZIRA e o vencedor ganhou dois bilhetes e uma visita aos bastidores. Inflow (www.myspace.com/theinflow) foi a banda que se seguiu, sem duvida com dos melhores concertos da noite, a banda de originais deu um grande espectáculo de rock, apresentando musicas do álbum “ Six Tales from Nightville” e acabaram em grande com um cover de Manu Chao “Welcome to Tihuana”, grande banda fiquem atentos. A finalizar a onda de concertos o Heavy Metal subiu ao palco com mais uma banda de Arganil, os ZAG.A.LOT estiveram á altura e mostraram muita qualidade, acreditem que conseguem ir longe.
Com o festival já na recta final, passavam já das 05h da manha, no publico apenas os mais resistentes se encontravam no pavilhão, não para mais um concerto mas para dar um pezinho de dança ao som do DJ Fernando Alvim uma presença sempre animada que enquanto não chegava a sua vez andou pelo recinto e entre uma cerveja e outra não se incomodou em falar com quem o abordava.
Foi assim, a 3ª edição do Arganil Rock em que quem foi gostou do que viu, o publico aderiu, as bandas estiveram a altura. Fica a responsabilidade de em cada edição tentar fazer sempre melhor, parabéns á organização e aqueles que dão o máximo para que este projecto cresça ainda mais. http://www.arganilrock.com/

O COMBO irá postar brevemente as entrevistas realizadas no Arganil Rock com os Inflow e Fernando Alvim.

Cartaz:
Banda APPACDM
Bar Code
Metralhas Brothers
Inflow
ZAG.A.LOT
Dj Fernando Alvim

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sexta-feira, 11 de abril de 2008

SKALIBANS

Loucura SKA!!!



- Como surgiram os Skalibans?

Os Skalibans surgiram com a dissipação de várias bandas, não era um projecto planeado, simplesmente foi acontecendo. Começou a ser levado mais a sério só em 2004, quando demos o nosso primeiro concerto.

- Porquê o Ska? Foi algo que queriam fazer à muito tempo ou foi inesperado?

Pode-se dizer que foi inesperado. Isto porque quando o nome "Skalibans" surgiu, foi precisamente por termos começado a tocar uma música com ritmo ska só por brincadeira, mas com o passar dos tempos e algumas alterações nos elementos da banda acabámos por nos desviar desse estilo, porque na altura também não era uma sonoridade que nos interessava, tanto que quase mudámos de nome. Contudo, foi há relativamente pouco tempo que tomámos a decisão de fazer juz ao nome e aprofundar mais essa nossa vertente ska.

- De onde vem a inspiração para a vossa música?

Vamos buscar inspiração às nossas influências músicais e a cima de tudo aos nossos sentimentos, isto porque o ska é um estilo de música que vive muito da alegria e da boa disposição.

- Onde costumam dar concertos?
Não temos nenhum sítio específico onde costumamos tocar. Por enquanto temos dado mais concertos pelo sul do país, mas um dos nossos objectivos é percorrer Portugal inteiro e alguns pontos da Europa.

- Têm algum concerto que vos marcou quer em termos positivos como negativos?

Sim, houve um que nos marcou bastante. Uns meses depois do nosso primeiro concerto, fomos convidados para tocar num bar em Beja com "Banshee and something else we can´t remember".
Nós abrimos a noite com alguns pregos e alguma timidez, era a primeira vez que tínhamos contacto com uma banda do nosso estilo e ainda por cima uma banda que já tinha bastante andamento. Ficámos espantados pela postura e pela energia que eles transmitiram. Para nós foi a descoberta do "poder" que este tipo de música pode ter. Pode-se dizer que com este concerto para além de termos aprendido muito, também criámos boas amizades.

- Como reage o publico ao vosso som?

Até agora a reacção tem sido positiva. Temos recebido mensagens de Portugal e do estrangeiro no myspace a dar os parabéns, nos concertos o público adere sempre bem e há sempre quem venha falar connosco com críticas positivas.

- Como tem corrido a preparação para o álbum?

Neste momento o álbum ja está terminado. A preparação correu bem até termos entrado em estúdio. Assim que começámos a gravar apercebemo-nos de que ainda havia muito trabalho por fazer, houve músicas que tiveram de ser alteradas mesmo após a captação ter terminado. Daí termos demorado mais tempo do que era previsto.

- Quando é que sai para venda?

Inicialmente o lançamento estava previsto para Janeiro/Fevereiro, mas a masterização demorou mais do que estávamos à espera e tivemos de adiar. Neste momento preferimos não adiantar nenhuma data até termos tudo confirmado.

- Quais as vossas expectativas para o lançamento do álbum?

Temos boas expectativas para o lançamento deste álbum, dedicámo-nos muito para que isto fosse possível. Esperamos que haja grande adesão ao concerto de lançamento, visto que já à algum tempo que não tocamos em "casa" e é aqui que temos mais gosto em tocar.

- Como vêem o panorama musical em Portugal?

Comparado ao que era à uns anos atrás está melhor, cada vez as bandas apostam mais na qualidade de gravação, e o facto de haver a possibilidade de internacionalizar a música de uma banda através da internet (myspace), torna mais fácil o contacto com outras bandas, portuguesas ou não, e a marcação de concertos sem que haja a necessidade de recorrer a editoras. No entanto, o panorama musical nas nossas rádios ainda está longe de ser o ideal, o facto de serem obrigadas a passar música portuguesa continua a não facilitar bandas não comerciais, que por vezes têm mais qualidade musical.

- A música "Sunshine" faz parte da banda sonora dos Morangos com Açúcar. Sentem que vos abriu algumas portas ou facilitou para marcar concertos?

Não há dúvida que nos ajudou ao dar a conhecer a nossa música a um público mais vasto, mas não sentimos que tenha havido um impacto assim tão grande na marcação de concertos.

- Quais as influências de cada membro da Banda? Que costumam ouvir actualmente?

As nossas influências são bastante variadas e de extremos, vai desde o jazz ao hardcore. Isto porque cada um dos 7 skalibans começou na música de maneira diferente e cresceu com diferentes tipos de música. Como deves calcular não te posso escrever aqui todas as bandas que ouvimos, mas posso referir algumas bandas que partilhamos e admiramos, por exemplo, Tower of Power, Poison the Well, Kemuri... entre muitos outros.

- Qual o conselho que dariam a qualquer jovem que se quisesse iniciar neste meio musical?

O concelho mais importante é que não basta gostar de música, tem sempre de haver muita dedicação e disciplina.

- Os Skalibans já têm muitos concertos na bagagem e quando se está em viagem as histórias vão-se acumulando, há alguma história que possam partilhar?

Sim, é verdade, histórias não nos faltam. Posso-te contar a última que nos aconteceu num concerto que tivemos em Sto. André.
Tínhamos já tudo preparado para sair de Almada às 15h quando nos ligaram a dizer que o palco tinha ardido, foram precisas duas horas para termos a certeza de que havia condições para dar o concerto. Quando finalmente arrancámos, depois de cerca de 40km feitos, a nossa carrinha de caixa aberta, cheia de material, pára no meio da auto-estrada. Com o perigo de começar a chover a qualquer momento, ficámos uma hora à espera do reboque para nos levar de volta a casa. Quase que por milagre, conseguimos arranjar uma carrinha que desse para levar 7 pessoas mais o material todo. Chegámos ao local do concerto às 23h e só começámos a tocar à 00h, para além de o recinto já não estar cheio, ficámos a saber que aquele dia das festas tinha sido quase inteiramente composto por bandas de hip-hop, o que nos fez sentir um pouco fora do contexto. Em meio dia fizemos 370km, carregámos e descarregámos o material 5 vezes e ainda demos um concerto... um dia em cheio.

- Que esperam este ano para os Skalibans?

As expectativas em relação a este ano e ao lançamento do álbum são boas. Estamos em negociações com uma editora e temos também uma proposta para fazer parte de uma banda sonora de outra telenovela, esperamos vir a dar ainda mais concertos e espalhar cada vez mais o nosso som.

O COMBO agradece aos Skalibans pela entrvista. http://www.myspace.com/skalibans

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segunda-feira, 31 de março de 2008



Depois do sucesso das duas primeiras edições, o Arganil Rock cresceu e está de volta. Dia 26 de Abril de 2008 todos caminhos vão dar a Arganil, não percas o evento do ano.

O Arganil Rock vai contar com:

- Banda APPACDM (participação especial)
- Bar Code
- Metralhas Brothers
- InFlow
- ZAG.A.LOT
- Fernando Alvim (dj)

Visita o site para saber mais http://www.arganilrock.com/



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sexta-feira, 28 de março de 2008

Para os fãs dos MetallicA!!!



Não sei se já sabiam... mas existe um grupo de fãs portugueses (dos Metallica claro) que até chegam a ter contacto com a banda (meet and greet). E até têm como membro o Cameraman Metalico (conhecido por suas fotografias a bandas de Metal).

Este grupo chama-se "PortugallicA" e tem Merchandise, desde t-shirts, a pins, a palhetas etc...Realizam-se encontros, jantares, excursões, tudo à volta do mesmo assunto: Metallica. O site é o seguinte: www.portugallicachapter.com .Podem ainda encontrar outras coisas como o fórum, notícias, etc... Vale a pena se inscreverem... E não esquecer que este ano, os Portugallica irão estar no Rock´n Rio Lisboa, e possivelmente em Espanha...

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quinta-feira, 27 de março de 2008

Entrevista a RAIO-X

Todos os elementos têm projectos paralelos, mas a vontade de tocarem juntos imperou e surgiram os Raio-X, uma banda de originais, rock, proveniente de Arganil.
A formação é composta por Gonçalo Dias (vocalista;2 Dedos de Conversa), Carla Duarte (vocalista; Gomape Music), Mário Marques (baterista;Ponto & Virgula), Jojó (baixista;Gomape Music) e Nuno Mouronho (guitarrista; Ponto & Virgula).


Combo – Como se define o projecto Raio-X?
Raio-X – Uma banda de amigos, com um projecto de originais na área do Rock.

Combo – As letras e músicas são criadas por todos os elementos da banda?
Raio-X – As músicas são da autoria de todos os elementos, enquanto que as letras são propostas pelo vocalista em consonância com a opinião de toda a banda. Sabemos à partida que não sendo uma banda profissional temos as nossas limitações. Contudo, não queremos ser músicos exímios e muito menos poetas.

Combo – Os Raio-X parecem adoptar o estilo de outras bandas, formadas recentemente, cujos grupo têm uma voz feminina. Apesar deste grupo ter também um vocalista masculino, essas bandas são a vossa referência?
Raio-X – Não adoptámos o estilo de ninguém, actualmente somos aquilo que somos – uma banda que toca quando for solicitada para tal. Mais, em virtude de sermos elementos de várias bandas, cada um tem o seu estilo e a sua maneira de ver o fenómeno musical.

Combo – Qual o papel da vocalista, uma vez que o Gonçalo Dias é o cantor principal?
Raio-X – O papel da vocalista é enriquecer a vertente vocal deste projecto.

Combo – Há músicas específicas para a Carla?
Raio-X – Não.

Combo – Os Raio-X existem há 2 anos e desde então apresentaram-se ao vivo somente uma vez, no evento Arganil Rock, há um ano. Porquê?
Raio-X – Porque existe grande dificuldade em reunir todos os elementos da banda.

Combo – A banda é formada por dois músicos profissionais, estando em projectos paralelos. Não prejudica o funcionamento dos Raio-X?
Raio-X – È verdade que o facto de pertencermos a vários projectos condiciona a banda nas suas diversas vertentes.

Combo – Qual, então, a mais-valia desta formação?
Raio-X – É podermos aprender uns com os outros, trocarmos experiências, evoluir, termos o privilégio de tocarmos quando nos apetecer.

Combo – Por motivos de ida para os E.U.A., o baterista vai sair da banda. Já têm em vista outra pessoa para o substituir?
Raio-X – O Mário Marques não vai sair do projecto, ele regressa em Abril para nos brindar com o seu talento.

Combo – Qual a próxima apresentação ao vivo do grupo?
Raio-X – Quando formos solicitados para tal, e quando nos podermos reunir para ensaiar.

Combo – Têm novas músicas na calha?
Raio-X – Actualmente estamos em processo de gravação. Não nos podemos esquecer que este é um processo longo. Depois, e se para nós houver futuro, pensaremos em outros temas.

Raio-X – Os Raio X agradecem à Diana Duarte e aos Combo esta oportunidade. Boa sorte para o vosso Blog.
Contacto dos Raio-X: gndias@gmail.com

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O evento mais aguardado do ano... em Arganil

Aproxima-se aquela fase que todos os boskenenanos (arganilenses) aguardam...
sim...ARGANIL ROCK!!!
Depois de 2 anos consecutivos de puro sucesso e grande loucura, a 3ª edição está aí!!!

No entanto, algo de inédito vai acontecer...DIA 29 DE MARÇO A PARTIR DAS 23H --» FESTA DE LANÇAMENTO DO ARGANIL ROCK!!!Curiosos?!?! Apareçam e vejam com os vossos próprios olhinhos... Rock´n Roll no Boske Encantado!!!!!!Saudações Boskeneanas!!!


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sexta-feira, 7 de março de 2008

Concert in Mars

Dia 15 de Fevereiro, depois da ressaca do Dia dos Namorados, lá me encontro eu mais a minha companhia (namorada) na estação à espera do comboio com destino ao Coliseu dos Recreios. Porquê Coliseu dos recreios e porquê no dia 15? Foi mais um dia que ficará para ser relembrado para sempre, os 30 Seconds to Mars vinham tocar a Portugal pela primeira vez e eu iria vê-los.Agradeço desde já à CP por conseguir manter sempre o atraso nos seus comboios, o que fez com que ainda conseguisse apanhar um mais cedo do que pensava.A caminho do Coliseu, apenas pensava numa coisa: “Será que eles são realmente bons? A voz do Jared é igual?? Espero bem que seja, não quero ir embora a meio do concerto com um selo na testa a dizer “desiludido”!! ”.
Acabada a viagem de transportes públicos, eis que me deparo com uma fila enorme para entrar no concerto, pensara que já não conseguia ir a tempo do início do mesmo, até que me lembrei que sou um típico português e passei, nada mais, nada menos, do que umas 1500 pessoas que já estavam na fila à imenso tempo. Felizmente ninguém reparou que eu apenas estava lá à 2 minutos e já estava a entrar.Esperámos cerca de 30 minutos até que começasse a tocar a banda que iria abrir o concerto, os Qwentin. Nunca tinha ouvido um único som deles, mas de facto, gostei bastante deles, apresentaram-se cheios de energia, transmitindo-a a todos nós e tocaram várias músicas interessantes com um bom estilo.
Finalizada a actuação dos Qwentin e, como sempre, esperando algum tempo pelo “actor” e a sua banda, eis que desce um manto branco. O público vai ao rubro, vê-se apenas a sombra de Shannon (Baterista) a tocar com grande poder, o manto desce e todo o Coliseu salta! The Battle of One foi a 1ª música que nos deram o prazer de ouvir. Jared desde o inicio que nos deixou a mensagem: “Temos a sensação que este vai ser o melhor concerto das nossas vidas”. Para eles poderá não ser, mas para muitos espectadores do público foi e será sempre recordado. Cantaram “Capricorn” do antigo álbum, sendo que havia muita gente que desconhecia, notando que apenas sabiam as músicas do álbum “A Beautiful Lie”.Com “The Kill” as minhas dúvidas foram esclarecidas: A voz que o Jared nos habituou a ouvir na rádio é verdadeira! Que voz!!! Finalmente o meu mistério estava desvendado e solta-se um sorriso a meio do concerto deixando muitos a pensar que eu era maluco. Jared lança-se para o público já com a bandeira de Portugal no seu pescoço, agradece, vibra com o público, o público vibra com ele, todo o cenário era perfeito. Tudo parecia que tinha acabado até que Jared aparece nas nossas costas, de surpresa, apenas acompanhado de uma viola e mais uma vez dizendo: “Nós nunca – e falo pela banda – vos vamos esquecer”. Ele poderia estar a dizer isso apenas para ficar bem visto e ter boa imagem para o seu Marketing pessoal e da banda, mas para todos os que assistiram, nunca esqueceremos o concerto, foi muito bom, grande qualidade de som, a energia no palco, no público, tudo foi quase perfeito.Esperemos que eles voltem novamente e quando eles voltarem…. Eu estarei lá...

por: Tiago Dias

Alinhamento: The Battle of One From Yesterday Savior Capricorn (A Brand New Name) The Story A Beautiful Lie The Kill R-Evolve Attack

Jared Leto a solo: Was It A Dream? Echelon A Modern Myth

Encore: Hunter Buddha For Mary The Fantasy

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domingo, 17 de fevereiro de 2008

The Cynicals

A energia do cinismo…

Nascidos na eterna cidade dos estudantes os The Cynicals aparecem como banda salvadora do panorama rock aeminiense. Munidos com melodias contagiantes, uma actitude provocatória e uma língua bem afiada, os The Cynicals prometem não deixar ninguém indiferente.
O Combo esteve à conversa com Jõao Macias, o carismático e polémico vocalista da banda.




Combo- Os The Cynicals nascem em Coimbra, juntando elementos de várias bandas com estilos musicais diferentes (João Macias: ex [f.e.v.e.r.] ex- Fireball, José Rebola: ex-The Speeding Bullets, Du’Arte: ex-The Speeding Bullets, João Baptista ex-Belle Chase Hotel e ex-Danae, actualmente na banda de J.P. Simões). Como se definem, musicalmente, os The Cynicals?

João Macias- Os the Cynicals apostam em melodias de óbvia abordagem, onde as letras e toda a postura inerente ao conceito implícito, caracterizam-se por uma certa insatisfação existencial, amargura e inadaptação. De certo modo somos uma banda punk. Mais punk do que muitas bandas que se dizem hoje punk e no fundo não o são. Nada têm a ver com punk. São uma mentira. Nós preferimos colocar o dedo na ferida mostrando um espelho às pessoas e a nós próprios. Pode-se dizer que há uma reflexão irónica, uma catarse.

C.- Aliado a som forte e apelativo, as letras dos The Cynicals são mais uma das armas da banda. Estas são bastante satíricas, críticas e cínicas, visando o mundo em seu redor e, especialmente, o estilo de vida britânico. Foi esta a razão que levou a escolha do nome da banda?

J.M.- Sim também, mas não nos devemos esquecer da corrente filosófica da antiga Grécia. Os cínicos tinham como meta a felicidade e plenitude através do desprendimento do materialismo. Isso torna-se interessante quando vês que hoje as pessoas têm mais do que precisam e nunca o que precisam realmente.

C.- Na vossa biografia, a certo ponto, escrevem: “The Cynicals juntaram-se para preencher a lacuna do rock britânico ao invés do americanizado das vizinhanças”. Quais são, então, as vossas influencias musicais? Querem explicar esta frase?

J.M.- Nos anos 90 ocorreu o boom do rock’n’roll em Coimbra com os Tédio Boys. Depois destes terem terminado carreira surgiram vários projectos bastante válidos saídos dos membros dessa banda. A questão que se impõe agora é: valerá a pena continuar a bater na mesma tecla dos caminhos já trilhados (e bem) por outras pessoas anteriormente? O que nos interessa realmente? O seguidismo carneirista dos grupinhos ou o murro na mesa que na altura os Tédio deram contra um certo conformismo em Coimbra? Esse é o ponto práctico, para além de que o teórico e inspirativo reside no facto de ouvirmos muito rock britânico – não esquecer que foram os ingleses que reinventaram o rock’n’roll nos anos 60 e o devolveram à América seguidamente – nós não temos necessidades dessa natureza, pela parte que me toca possuo até uma natureza bastante anti-social. Se me virem num bar paguem-me um copo e falem-me de música e de cinema, mas não me venham com frases feitas...

C.- Em palco os The Cynicals assumem uma postura muito intensa e, por vezes, polémica. Lembro-me, por exemplo, da Queima das Fitas de Coimbra de 2007, onde um símbolo do P.N.R. serviu de “papel higiénico”, ou das tiradas ao processo de Bolonha no palco da Latada. Como tem reagido o público até agora aos vossos concertos?

J.M.- Penso que o público está farto de bandas de macacos amestrados e farto de governos e de extremistas que gozam com a sua inteligência constantemente. Como escrevia o Carlos de Oliveira na sua obra Uma abelha na chuva – “Os cocheiros estão fartos caramba!” E os cocheiros que são os espectadores, cocheiros da sua própria vontade ainda que não o julguem, estão fartos e gostam de serem espicaçados, porque as nossas boas maneiras, moralidades e castrações afins continuam a fazer de nós um povo com vergonha da sua identidade e, quando isso sucede as pessoas querem ácido porque estão fartas de ouvirem o princípio da frase e saberem como esta vai terminar.
Eu não tenho vergonha, eu não devo nada a ninguém, eu não me calo e no dia em que temer já me terão derrotado.

C.- No concerto da Latada em Coimbra falaram na edição de um EP para próximo, já sabem qual vai ser a data do lançamento?

J.M.- Na verdade não vai ser um EP mas sim dois. O “...so much ado about nothing” é o nosso EP que queríamos gravar há já algum tempo. Estamos a fazer esse trabalho aqui em Coimbra no Loudstudio, um espaço relativamente novo, mas com muito boas condições e com um staff bem experimentado. A produção está a cargo do Toni Lourenço e do Gil. Será um EP de 6 temas numa vertente mais cabaret-punk.
Esperamos lançá-lo em Fevereiro ou Março, mas ainda não temos datas definitivas. Possivelmente faremos três apresentações, uma no Porto, outra em Coimbra e outra no Santiago Alquimista em Lisboa. Isso está ainda em fase de discussão, mas para mais informações convido-vos a visitarem o nosso myspace: www.myspace.com/somuchadoaboutnothing
O outro disco é o prémio do Festival de Corroios de 2007, um dos concursos que vencemos. Acabámos de gravar há poucos dias e falta agora masterizar e produzir. Isso ficará a meu cargo e do Carlos Cabral do Estúdio Boom em Corroios. É um registo marcadamente mais rock’n’roll e tem lá pelo meio uma love song para desanuviar, a “Angel”. O disco chamar-se-á provisoriamente “I didn’t kill rock’n’roll”. Será este registo lançado a 8 de março quando formos fechar, como banda convidada a última eliminatória. No ano passado estiveram bandas como Easyway, Balla ou Bunnyranch. Este ano vão estar nomes como the Cynicals, Slimmy ou The Poppers. Vai ser bom, vamo-nos divertir, aquilo é malta muito boa onda.

C.- Os vossos concertos são conhecidos por serem bastante intensos, temem não conseguir passar essa energia para o álbum?

J.M.- De modo nenhum e se isto parecer arrogante paciência. Os the Cynicals são uma banda mais “perigosa” ao vivo mas quando estão a descontrair são gente que em casa ouve Django Reinhardt, Tom Waits, Ute Lemper ou Astor Piazolla. Quer isto dizer que palco é palco, é punk, é festa, é como se não houvesse amanhã e curtimos sentir o público assim também. Partam tudo! Agora em estúdio é uma coisa mais refinada, mais intimista, as nossas canções valem por elas próprias e a minha voz soa mais quente. Não estamos com medo nenhum, estamos é ansiosos por ver o resultado final cá fora.

C.- Os The Cynicals, não obstante de serem um projecto formado apenas em 2004, já possuem um currículo invejável. Tendo já vencido vários concursos de bandas e tocando um pouco por todo o país, têm algum concerto que vos tenha marcado, quer pela positiva, quer pela negativa?

J.M.- Há vários concertos que marcam, sejam pela positiva ou pela negativa. Lembro-me de na Queima de Aveiro a abrir para os Xutos que foi muito bom. Outro no Santiago Alquimista em Lisboa que também ficou na memória. Um aqui há semanas em Braga que até estava lá o Adolfo Luxúria Canibal.. foi lisonjeador... (risos ). Isso foi um dia depois de tocar no Porto e de ir para o Plano b completamente bêbedo às 4 da manhã chatear o Tiago Bettencourt... às vezes sou muito mau (risos), mas ok, se me pagarem um copo eu acalmo e até não sou mau tipo.. depende das luas...

C.- Apesar de ser uma banda ainda jovem, já contam com alguma mudanças de formação, saída de Joana Rebola (coros e pandeireta) e de Pita (baixo), substituído por Mr. Rod que por sua vez foi, de momento, substituído por João Baptista. O que levou a tais mudanças?

J.M.- Bem, a Joana era irmã do Rebola e precisava de trabalhar muito e ela não estava para isso, mas continuamos a ver-nos ela vem sempre aos nossos concertos e trás sempre miúdas com ela o que é francamente positivo. O Pita apenas decidiu que quer fazer outras coisas musicalmente e nós desejamos-lhe toda a sorte do mundo. Quanto ao Rod, bom digamos que o rapaz sofreu graves problemas de adaptação ao espírito da banda e eu convidei-o a sair. Não há ressentimentos. Agora temos o João Baptista que é um músico experimentado e parece compreender muito bem os conceitos inerentes a este projecto. De certo modo sinto que somos um pouco filhos dos Belle Chase Hotel, apesar de não sermos colagem nenhuma a eles... mas há um elo de ligação menos óbvio sem dúvida. Ninguém mais acertado que o João Baptista nesse sentido então.

C.- Como definem o panorama musical nacional da actualidade e o que trazem os The Cynicals de novo a este?

J.M.- Pobre. Sem apostas, sem arrojo salvo raras excepções. Sem sítios para tocar. Sem uma política estatal decente para a cultura e o espectáculo. Se vais à Escandinávia, Estados Unidos, Inglaterra, Suiça ou Alemanha verás que o músico ou o artista é alguém respeitado pela sua profissão, só nestes países de tradição fascista do sul da Europa é que se considera o artista como um lunático, como alguém que faz algo indigno... claro ... ele pensa e contesta portanto convém descredibilizar, claro está....
Os the Cynicals são os the Cynicals. Apareçam em concertos nossos para perceberem o que quero dizer. Agora o que é grande elogio e frustração é virem-me dizer “Eh pá outro dia vi um concerto vosso, que cena fixe.. Que merda que vocês são portugueses e não britânicos. Se fossem ingleses poderiam muito bem ombrear com Bloc Party ou Kaiser Chiefs...” Pois, obrigado... eu acho...

C.- Aos poucos os The Cynicals têm vindo a “arrastar” alguma gente atrás de si. Consideram-se uma banda de culto?

J.M.- Acho que não penso muito nisso, para não dizer que isso me passa totalmente ao lado.

C.- Pensam vir a fazer da música profissão com os The Cynicals ou este é apenas um projecto irreverente para marcar posição?

J.M.- Não sei, por agora é algo que me dá gozo fazer, a ver vamos. Também tenho outros projectos, tenho um mestrado para fazer, depois também gosto de mais coisas... não sei mesmo...

C.- Que conselhos dariam a um jovem musico em início de carreira.

J.M.- Estudem música, vejam exposições, encham a cabeça de tudo o que vos possa inspirar ainda que não seja necessariamente música. Mandem cagar as modas musicais, não sejam carneiros, procurem-se, descubram-se, sejam vocês.

C.- Para finalizar a entrevista querem deixar alguma mensagem para os fãs?

J.M.- Quais fãs? Aos curiosos digo para nos visitarem em www.myspace.com/somuchadoaboutnothing
Apareçam também quando tocarmos e levem as vossas irmãs...

C.- Muito obrigado pela entrevista e boa sorte para a vossa carreira.

J.M.- Obrigado eu, um abraço até já!


Os The Cynicals são:

João Macias- Voz
Du’Arte- Teclas, Coros
Ricardo Cardoso- Bateria
José Rebola- Guitarra, Coros
João Baptista- Baixo
Cami- Guitarra, Coros

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sábado, 26 de janeiro de 2008

Un-Predictable - The new girl generation


Pois é, o Punk não é só coisa de homens e para os mais cépticos o COMBO entrevistou as Un-Predictable. Formaram uma banda de raparigas só para serem diferentes, apresentam um Pop/Punk muito próprio e que já contam com vários concertos desde Lisboa á Figueira da Foz e Caldas da Rainha. A banda é formada por Cat - guitarra/voz, Cátia - baixo/voz e Peste - Bateria.





- Como formaram a banda, foi algo espontâneo ou algo planeado?
Podemos dizer que foi algo planeado. Eu e a Cátia (baixista) pensávamos
formar uma banda quando tínhamos apenas 13 anos. Mais tarde conhecemos a
Diana (baterista) e foi então que essa ideia de formar a banda se
concretizou.

- Porquê a escolha do nome Un-Predictable?
Ouvimos a "Dumpweed" dos Blink-182 e no refrão eles cantam "unpredictable".
Não sabíamos o significado, fomos ver ao dicionário e gostámos. Nesta altura
a Diana ainda não tinha entrado na banda.

- Como definem o vosso som?
É complicado definir o nosso som, mas caminha mais para o Pop-Punk.

- De onde vem a influência para a vossa música?
Ao início a principal influência era os Blink-182, agora temos várias
Bandas.

- Onde costumam dar concertos?
Costumamos dar mais concertos em Cascais e em Lisboa, mas já tocámos na
Margem Sul, Aljustrel, Figueira da Foz e Caldas da Rainha.

- Já tocaram em algum festival?
Warfest, na Figueira da Foz (conta como festival?).

- Onde foi o vosso melhor concerto?
Em termos musicais é capaz de ter sido o concerto no Lótus de 27 de Janeiro
2007, com Triplet e From Now On, mas em termos de público o melhor foi o da
Figueira da Foz, dia 13 de Outubro de 2007, sem dúvida.

- Como reage o público ao vosso som?
Depende. Muita gente que não nos conhecia antes e depois vê-nos em concerto
e reagem bem. Há pessoas que durante o concerto reagem mal. Há pessoas que
desde o início gostam e apoiam. Mas no geral acho que reagem bem, cantam a
To All Of You e mexem-se de vez em quando.

- Há perspectivas para edição de um álbum?
Álbum, álbum, não direi... Mas em Março vamos gravar com melhor qualidade,
talvez para vender.

- Para quando?
Era bom que lá para Junho/Julho já tivesse pronto, para conseguirmos vender em
Concertos e assim.

- Sentem que é mais difícil vingar na música em Portugal com o punk do que
com qualquer outro estilo?
Acho que é difícil em Portugal, seja com que estilo for.

- Quais as influências de cada membro da Banda? Que costumam ouvir
actualmente?
Cat- Blink-182, No Use For A Name, Paramore, TAT, Taking Back Sunday,
Yellowcard, McFLY
Cátia- Punk, Metal, Blink-182, TAT, Paramore, Epica, Fonzie
Diana- Punk-Rock, Ku de Judas, Tara Perdida, Lagwagon, NOFX, Aus-Rotten, Oi
Polloi, Bikini Kill, X-Ray-Spex.

- Para acabar, com que banda (nacional e internacional) gostariam de fazer
um concerto?
TAT, Paramore, Tara Perdida, Bowling For Soup

Próximos concertos: 1 de Março 2008, no Muralhas Rock em Alcabideche.
Visitem: www.myspace.com/unpredictableband

O COMBO agradece a entrevista e deseja muito sucesso para as Un-Predictable.

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quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

O Optimista

Quem Corre Por Gosto…


Dia 10 de Novembro, 8 e meia da manhã, despertador...«F#@$-@#! Já é de manhã... Ainda há bocado me deitei...
Acordar, primeiro um olho, depois o outro... primeira fase concluída, agora vem o mais difícil, levantar... vá, primeiro um pé, depois o outro... c”#@lh#! O chão ‘tá gelado!»
30 Minutos depois: «Banho tomado, agora vamos escolher a roupa... camisa branca enrugada, T-shirt preta por baixo, calças pretas à boca de sino, gravata preta, botas de biqueira de aço, meias pretas, boxers pretos também, e por fim o casaco comprido de veludo preto com botões prateados... Ora aqui está uma indumentária apropriada para ocasião! Vamos ao pequeno almoço... depois, maquilhagem! Olhos com sombra preta e cara com base, para disfarçar um pouco o tom moreno, que o sol me arranjou...»
2 Horas depois: «O comboio já chegava, o concerto é às 7 horas... assim ainda chego atrasado. Ahah! Já aí vem! Olha agora… Anda lá “tia” sobe lá!»
Viagem… não sei quantas estações e apeadeiros… 1 hora e meia depois Lisboa Oriente. Apanhar o metro: «Que m@#da! Tenho que mudar em todas as linhas… mas porque é que a m@#da do concerto não é no Coliseu, ou em Coimbra…? Ou melhor ainda, em Arganil? Bem em Arganil não dava, quando vissem um bando de “corvos” a entrar na vila desconfio que ninguém sairia de casa…com medo dos “drogados” ou assim…»
Pouco tempo depois, passagem frente ao Estádio Alvalade 21, alguém solta: «Se olho para ali ainda vomito!»; «Este deve ser dos meus!».
40 Minutos depois o almoço: «Bem, um almocinho rápido e barato… olha, ali parece-me bem… 7 euros e meio por um prato de frango de churrasco! Devem ‘tar a bater mal com certeza… Aqui sim, 4 euros e 50 com bebida e café, é que é já!»
Barriga cheia, comboio para Corroios «Mas que viagem chata esta, isto também já não cabe aqui mais ninguém… parece aqueles autocarros da América do Sul… ainda bem que já estamos a chegar…»
Saída do comboio, alguém que viajou sem bilhete e que vai ter que pagar uma multa… confusão… Portugal.
Procurar o Cine-Teatro: «-Boa tarde, a senhora é daqui? – Sou sim senhora. – Por acaso poderia indicar-me o caminho para o Cine Teatro? – Cine-Teatro? Que é isso?»
4 “entrevistas” depois, alguém que conhece, realmente a terra.
«Finalmente o sítio… ainda são só 5 horas! Se calhar podia ter vindo um pouco mais tarde… bem, não interessa, ‘tá ali uma esplanada, beber umas minis para matar o tempo… Olh’ós Notivagus também vieram beber umas…»
Algumas minis depois, 7 Horas: «Isto já devia estar a começar, se atrasa muito ‘tou f@#id# que o último comboio é à meia-noite e meia!»
30 minutos depois: «Então c@r@lh#, não começa porquê?».
30 minutos depois: «C@r@lh# que me### de organização é esta? Marcam para as 7 já são 8 e isto não anda? Isto é mesmo Portugal!»
30 Minutos depois: «Opá mas porque é que não fiquei em casa? Até tenho os cds todos dos London after Midnight, era só ficar a ouvi-los, assim como assim era eu que escolhia o alinhamento!...»
30 Minutos depois: «Se me dizem outra vez que é só mais 5 minutos ainda faço m#@d@! Andem lá com isso!»
20 Minutos depois: «Finalmente!! Fo@#-#@! 2 horas e 20 minutos de atraso! Isto não cabe na cabeça de ninguém…»
Entrar, arranjar lugar junto ao palco (sim, eu vim mesmo para VER o concerto e não para andar em troco nu todo bêbedo e no mosh e no dia seguinte não me lembrar de nada!), confere… 10 minutos depois: «Ora vai começar, agora são os Waste Disposal Machine, não conheço nem nunca ouvi falar… deve ser uma daquelas bandas para encher chouriço… espero bem que acabem rápido! Bem, lá pinta têm eles, todos de fatinho preto, já assim a entrar ‘pó cota… (primeiros acordes) Oh Diabo! Afinal os gajos até nem são maus! Ora deixa cá prestar mais atenção… Epá isto é bastante bom! Parece uma mistura entre Nine Inch Nails, Depeche Mode e Fear Factory!» 20 Minutos depois «Estou a gostar mesmo disto, tenho que comprar o cd! E esta música “I Sing The Body Electric” fica mesmo no ouvido!».
Acabam os Waste Disposal Machine, um fino, um cigarro e estão os Noctívagus a começar: «Hum… só conheço o EP deles e não gostei por aí além, não era mau mas podia estar bem melhor… vamos lá ver no que dá… Epá o guitarrista está com azar… mas olha até estou a gostar, são bem melhores ao vivo que em estúdio, pelo menos que no EP. O vocalista tem uma voz porreira, faz lembrar o Ian Curtis ou o Carl MacCoy…
Agora vejo porque é que há tanta gente a falar bem deles… uma agradável surpresa! Epá o Guitarrista está mesmo com azar!... Ora aqui vai o hit “Last Night”, bem metida a música, mesmo na altura certa do concerto!... E para finalizar a cover de Joy Division, “Transmission” . Muito bom concerto… Epá o guitarrista está mesmo com azar!»
Acabam os Noctívagus, um fino, um cigarro, mais um fino e estão os Phantom Vision a começar: «Estes conheço bem, estou curioso para os ver ao vivo, pelos menos em álbum são geniais… do melhor que há em Portugal e, no género deles, do melhor que há no mundo! Não sei como são tão pouco conhecidos do publico em geral! Um bom começo de concerto… o Morcego é mesmo um força da Natureza! Como é que ele consegue cantar aquilo tudo sem desafinar deitado no chão e aos saltos? Nestas alturas orgulho-me de ser Português! A sério, se eles em álbum já são brutais ao vivo são do melhor de que há! Toda a gente devia ver este concerto!... Esta guitarra aqui dá-lhe um lado bem mais Punk que em estúdio! Bem André! Estes não enganam, quando se é bom é se mesmo bom!... Todos os concertos foram bastante agradáveis até agora mas os Phantom são claramente uma banda fora do normal… é que vai da música à postura!»
Acabam os Phantom Vision, um fino, um cigarro, mais um fino, mais um cigarro, mais outro cigarro e outro… «Então pá? Isto começa ou não?!», mais um fino e um cigarro e apagam-se as luzes… momento mais esperado da noite!
Continua…

“E tudo vai pelo melhor no melhor dos mundos possíveis…”

O Optimista

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quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

"MUNDO FONZIE"


Para começar 2008 em grande o COMBO apresenta-vos uma entrevista aos Fonzie. Os Fonzie mostram uma evolução impressionante em que com o último albúm "Shout it out", mostram a sua qualidade que vai além fronteiras.


- Como se conheceram os Fonzie?
Eu (Hugo) o João e o David andávamos na mesma escola, e foi aí que nos conhecemos através de outros amigos que tínhamos em comum.

- Em 1996 depois de se conhecerem, decidiram formar uma banda de punk rock. O que vos motivou na altura para formarem uma banda?
Todos tínhamos bandas diferentes na altura, mas era tudo virado para um som mais pesado, e uma vez em conversa calhou falar-se em se ir ensaiar juntos e ver se conseguíamos fazer algumas musicas mais melódicas na linha do que víamos nos filmes de surf e skate, tipo, Bad Religion, NOFX, Millencolin, etc….

- Em 1997 lançaram “Bring me up” com 4 temas e foram convidados pela editora Ataque Sonoro para gravarem um CD. O que sentiram na altura? Sentiram que podiam fazer uma carreira sólida com a vossa música?
Na altura foi o primeiro degrau, mas nunca pensávamos vir a fazer carreira com a banda, éramos apenas 4 pessoas a quem lhes foi dada a oportunidade de gravar um EP, o que fizemos sem qualquer tipo de pressão, e com muita inexperiência na altura, visto ser a 1ª vez que entrávamos num estúdio profissional, e que na altura era um dos mais requisitados pelas melhores bandas em Portugal, o ÊXITO studio.

- Lançaram “The Melo Pot” em 1998 que foi um sucesso, estavam á espera desse sucesso ou apanhou-vos desprevenidos?
Completamente desprevenidos, fizeram-se apenas 500 cópias que desapareceram logo a seguir aos 1ºs concertos, onde 99% do público presente, cantava as músicas do início ao fim.

- Após 3 anos em concertos foram para a Suécia para gravar com Pelle Saether, (famoso por produzir bandas como os The Hives, Millencolin) o álbum de estreia “Built to Rock” que contou também com a participação Ingemar Janson, vocalista dos No Fun At All. Como foi toda essa experiência? Sentiram que estavam aprender algo de novo?
Essa foi a altura de nós encararmos finalmente os Fonzie de uma forma profissional e decidimos partir para a Suécia gravar, onde sabíamos que de certeza íamos conseguir gravar um álbum com uma qualidade sonora que podia ser apresentado em qualquer parte do mundo, depois só dependeria de nós, se tínhamos musicas ou não, com a mesma qualidade, e mais uma vez, as coisas correram a nosso favor e conseguimos lançar o álbum em todo Mundo, que na altura foi um grande passo na nossa carreira.

- Em 2002, assinaram pela editora norte-americana Jumpstart Records, seguindo-se um contrato com a portuguesa Movieplay, com a sul-americana Barulho Records, com a japonesa ULF Records, com a PunkNation records da Belgica e com a Godschild Records de Hong Kong o que vos levou a uma digressão mundial. Durante essa digressão acontecem sempre histórias engraçadas, há alguma que podem partilhar?
Acho que na altura cada vez que tocávamos num país novo as histórias não paravam 24 horas por dia, por ser tudo novidade para nós, mas há algumas mais marcantes, tipo em Miami (Florida) uma vez chegámos um pouco antes ao local do concerto e o promotor veio ter connosco para não descarregarmos logo o material que ainda estavam a acabar de velar um morto, ou seja era uma sala multiusos e na altura ainda estava a decorrer um velório, e só depois é que podia ser o concerto.

- Após a nomeação para “Best Portuguese Act” da MTV, foram para estúdio de novo com Pelle Saether, gravar “Wake Up Call”. Porquê o mesmo produtor? Superstição ou “equipa que ganha não se mexe”?
Ficámos contentes com o trabalho anterior e achámos que agora com mais experiência e maturidade, podíamos exigir muito mais da parte do produtor, e o produtor de nós, e chegar a um resultado bem superior a nível de qualidade de músicas e de som.

- Em 2004 foram para Hollywood (L.A.) para gravar o vídeo “Gotta Get Away” com o realizador Darren Doane, (Deftones, Blink 182, Jimmy Eat World, etc…). No álbum anterior realizaram os vossos próprios vídeos. Porque não fizeram o mesmo no álbum “Wake Up Call”?
Estamos a falar de gravar um vídeo em Hollywood, com um dos mais aclamados nomes do meio. É algo inegável para uma banda portuguesa, era a primeira vez que íamos gravar um vídeo com uma equipa profissional e relembro, em HOLLYWOOD. Na altura no estúdio ao lado da esquerda estava a Britney a gravar um vídeo também, e no estúdio à nossa direita estava a Pink a ensaiar, ou seja estávamos numa bela sanduíche (risos), mas serviu mais como experiência, porque o resultado foi muito abaixo do esperado e por isso voltámos nós a fazer tudo de novo, desta vez com muito mais experiência e com muitos melhores resultados que nos levou novamente a mais uma nomeação pela MTV.

- Como aparece a Megaforce Records (editora que desde o começo da década de 80 vendeu cerca de 30 milhões de discos, ligada a lançamentos como "Kill 'Em All", dos Metallica, ou "Among The Living", dos Anthrax) no caminho dos Fonzie? Que importância teve na vossa carreira?
Apareceu de uma forma natural mas um pouco diferente do normal, visto que quem nos contactou directamente foi o Big Boss, o que para nós foi uma honra, ter alguém que teve ligação na descoberta de bandas como os Metallica e os Anthrax, fazer questão de trabalhar com os Fonzie. Como era de esperar muitas portas se abriram a partir daí, tínhamos o disco distribuído desde a loja mais pequena até à maior por todos os EUA, tivemos a nossa musica em 2 séries da MTV (Laguna Beach e MTV MADE) mas para nós vimos isso como mais um degrau que conseguimos subir, de uma longa escadaria que ainda temos pela frente.

- “Shout It Out” é o sucessor de “Wake Up Call” mas desta vez decidiram assumir toda a produção e gravação do álbum. O que vos levou a tomar esse passo? Em algum momento sentiram que não iriam ser capazes de o fazer sozinhos?
Além de tudo, foi a questão monetária e o estado de espírito da banda que na altura não se sentia com paciência para ir novamente 1 mês para outro país gravar. Precisávamos de gravar, mas no final do dia, cada um ir ás suas vidas e voltar de novo no outro dia fresquinho, coisa que agora não voltávamos a fazer. Acho que foi uma etapa que teve de ser passada pela banda, os resultados foram positivos, visto ter-mos feito tudo sozinhos, mas espero para o próximo poder voltar a juntar um produtor aos Fonzie na gravação, para que o resultado seja ainda superior.

- Em 2007 e com “Shout It Out” na rua, o que acharam da reacção do público ao álbum?
De todas as criticas que têm sido feitas pelos media, todos consideram este o nosso melhor álbum, a nível de fans o feedback tem sido mais que positivo, e uma parte importante que é a conquista de novos fans tem superado as expectativas, com o aparecimento de muita gente nova a dar os parabéns pelo álbum a dizerem que ficaram surpreendidos e que nunca esperavam que conseguíssemos fazer um álbum assim.

- Quando decidiram formar uma banda em 1996, em algum momento pensaram ter concertos em países como EUA, Canadá, Japão, América do Sul… ou pensavam que ficariam por Portugal?
Nem sequer pensávamos nisso, era apenas um hobbie, só desde o momento que decidimos ir para a Suécia em 2001 é que se pensou nisso, porque se queríamos fazer disto vida, não podíamos ficar apenas por Portugal.

- Tendo um elemento dos Fonzie um projecto paralelo á banda (Carlos - guitarrista dos Angry Odd Kids) existe alguma dificuldade quando têm de ir em digressão?
Até ver não, a prioridade são os Fonzie, e normalmente os concertos são marcados com alguma antecedência, e nas vezes que calhou concertos nos mesmos dias, eles arranjaram sempre um substituto para tocar na vez do Carlos.

- Para finalizar o que esperam para o futuro dos Fonzie?
Espero conseguir continuar a divertir-me tanto como agora, fazer o que realmente gosto, que é tocar ao vivo, ter contacto com centenas de pessoas todos os dias em cidades diferentes do Mundo, estar sempre a aprender novas culturas, e que os Fonzie consigam continuar a subir, degrau a degrau, e a cumprir todos os objectivos a que se propõem em cada dia que passa.

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